sexta-feira, setembro 22, 2006

Norfolk



Tirei uns de férias para ir visitar a minha amiga "londrina" e fomos as duas fazer um curso de pintura a Norfolk, durante 6 dias. Independentemente do nível de experiência dos 10 alunos participantes (desde principiantes no desenho até pintores profissionais), toda a gente aprendeu muito. Foram dias de árduo trabalho de reaprender a ver.

Mais do que as obras acabadas, o mais interessante que trouxemos para casa foi o que concluímos do processo de aprendizagem.

Aqui deixo as minhas notas sobre aquilo que aprendi ou que estou ainda a tentar perceber e a tentar integrar nos meus hábitos.



Proporção

Usar objectos à frente ou atrás do modelo para servirem de referência. Desenhar os contornos dos objectos de trás e da frente e marcar os pontos de intersecção; comparar estes contornos seccionados com o modelo e verificar se são necessários ajustes às proporções.




Linha

Explicar o que se está a passar em cada zona do modelo. Quando as linhas convergem ou divergem devem representar as superfícies que passam à frente de outras ou que recuam.



Variação de cor

Evitar repetições de cor. Não há duas cores iguais na natureza: uma superfície de cor uniforme não é percebida como tal porque a luz altera a cor em cada ponto.





Mistura progressiva de cor

As misturas usando apenas cores primárias criam uma gama de cores muito limitada. Para conseguir a máxima variação usar todas as cores - secundárias (verde, laranja, violeta),
complementares e outras. Usar uma porção de uma mistura para adicionar a uma nova cor e reservar uma porção da mistura original. Repetir o processo quantas vezes for necessário. Convém usar uma paleta grande e plana.





Brilho e contraste relativos

Não representar cada objecto como um elemento independente da cena em que se enquadra.
Relacionar o brilho e contrastes relativos dos objectos no seu contexto.





Luz reflectida

As superficies adjacentes que têm cores diferentes interrefletem a luz entre si. Devem ser, por
isso, "sujas" com a cor da superfície próxima. Com este cuidado a representação o espaço é mais
perfeita e a pintura ganha profundidade.





Perspectiva

A representação simultânea de objectos próximos e distantes requer que o observador se mantenha exactamente no mesmo sítio e que use apenas um olho para observar o modelo. Para se posicionar, deve procurar alinhar um objecto da frente com um de trás, e sempre que tiver de se mexer, terá de se realinhar de novo. Começar por assinalar esse ponto de referência no papel e fazer o desenho nascer daí. Representar ângulos e formas como se estivessem projectados no vidro de uma janela à nossa frente.



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